segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O utilitarismo na perspectiva de Bentham, Stuart Mill e Singer



Este trabalho pretende apresentar o que é o utilitarismo nas perspectivas dos filósofos Bentham, Stuart Mill e Peter Singer, descrevendo como, segundo o utilitarismo, devemos pautar nossas ações, qual o fundamento do princípio da utilidade, apresentar como é tratado o interesse da comunidade nessa perspectiva, quais os erros que alguns autores cometem quando usam o termo utilitarismo sem saber realmente o que ele representa e apresentar o utilitarismo como uma ética consequencialista.
O homem encontra-se diante de dois aspectos constituintes da vida, são estes a dor e o prazer, para o utilitarista Bentham é a partir destes doía aspectos que devemos pautar nossas ações, a dor e o prazer definem o que é certo e o que é errado, o homem está sujeito a eles em todos os momentos de sua vida. Esta sujeição é o fundamento do principio da utilidade, no qual objetiva promover a felicidade através da razão e da lei.
O principio da utilidade é aquele que aprova ou desaprova qualquer ação segundo a tendência que tem a aumentar ou diminuir a felicidade da pessoa cujo interesse esta em jogo. Nas palavras de Bentham:
O termo utilidade designa aquela propriedade existente em qualquer coisa, propriedade em virtude da qual o objeto tende a produzir ou proporcionar benefício, vantagem, prazer, bem ou felicidade, ou a impedir que aconteça o dano, a dor, o mal, ou a infelicidade para a parte cujo interesse está em pauta. (1984, p. 4).

Portanto, uma determinada ação está em conformidade com o princípio da utilidade quando a tendência que ela tem a aumentar a felicidade for maior do que qualquer tendência que tenha a diminuí-la.
Tratando-se do interesse da comunidade, Bentham vai afirmar que a comunidade constitui um corpo fictício, composto de pessoas individuais que se consideram como constituindo os seus membros, ou seja, o interesse da comunidade é a soma dos interesses dos indivíduos, ele conclui que é inútil falar do interesse da comunidade se não se compreender qual é o interesse do individuo.
Stuart Mill chama a atenção para o fato de que muitos autores cometem o erro de usar a palavra utilitarista, em jornais e periódicos, sem saberem nada sobre o termo. Ele é aplicado erroneamente como depreciação para exprimir a rejeição do prazer em algumas das suas formas, como a da beleza, a do ornamento, ou da diversão; mas também é mal utilizado como, como se aplicasse uma superioridade em relação à frivolidade e aos meros prazeres efêmeros. “Este uso pervertido é o único pelo qual a palavra é popularmente conhecida, e é aquele pelo qual a nova geração está a adquirir a única noção do seu significado.” GALVÃO (2005, p. 48).
Similar a Betham, Stuart Mill coloca que o princípio da maior felicidade, como fundamento da moralidade, defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade. Sendo que, por felicidade entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade entende-se a dor e a privação de prazer.
Podemos conclui, então, que o utilitarismo é uma teoria consequencialista, pois ela visa a felicidade, o prazer. Singer evidencia que éticas consequencialistas não partem de regras morais, mas sim de objetivos, portanto, um utilitarista nunca pode ser corretamente acusado de falta de realismo, nem de adepto de ideais que desprezem a experiência prática. Singer observa que os utilitaristas clássicos, como Betham e Stuart Mill, usavam “prazer” e “sofrimento” num sentido amplo, que lhes permitia incluir a conquista daquilo que se deseja como um “prazer”, e o contrário como “sofrimento”.
A dor e o prazer, é a partir destes doía aspectos que devemos pautar nossas ações, o homem está sujeito a eles em todos os momentos de sua vida. Esta sujeição é o fundamento do principio da utilidade, no qual objetiva promover a felicidade através da razão e da lei. Portanto, uma determinada ação está em conformidade com o princípio da utilidade quando a tendência que ela tem a aumentar a felicidade for maior do que qualquer tendência que tenha a diminuí-la. O utilitarismo é, portanto, uma teoria consequencialista, pois ela visa a felicidade, o prazer.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BETHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. Col. Os pensadores, trad. Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
GALVÃO, P. O utilitarismo, de John Stuart Mill. Portugal: Porto Editora, 2005.
SINGER, Peter. Ética prática. Trad. Jefferson Luis Camargo. 3º ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

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