sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A idéia platônica


Platão procura a verdadeira causa das coisas, o motivo do vir-a-ser e do perecer, questiona qual é a melhor forma de se conhecer as coisas, através dos sentidos ou através da razão, procura saber não “o que é”, mas “por que é”, e ele nos mostra onde encontrar essa causa e também nos fala de sua perfeição e imutabilidade.
Platão demonstra, nas palavras do personagem Sócrates, buscar descobrir a causa do vir-a-ser e do perecer das coisas, de início ele a procura investigando na natureza, era comum antes de Sócrates os filósofos tentarem explicar os fenômenos a partir das causas físicas e mecânicas, mas Platão vai questionar se realmente as causas de caráter físico representam as verdadeiras causas, pois para ele há causas mais elevadas, ele apresentou outra maneira de pensar e perceber o mundo, ele descobre uma realidade causal supra-sensível, ou seja, não material.
O filosofo grego usa o exemplo do sábio, que explica que algo é belo de acordo com o seu volume, cor e brilho, ou seja, através das aparências, que causam neles sensações prazerosas e agradáveis para os sentidos, já o filósofo afirma que tudo isso seriam apenas qualidades que nos trás lembranças de algo ainda mais belo, visto pela alma, mas que não está acessível ao plano físico, o objeto é apenas uma cópia imperfeita, de uma idéia ou forma pura do belo em si. “É a beleza a causa de ser belo tudo quanto é belo (...) E pela grandeza as coisas grandes são grandes; as maiores, maiores; pela pequenez, as menores são menores”.PLATÃO (2007 p. 190 e 191).
A idéia platônica possui uma realidade própria em si mesmo, é eterna e imutável, ela existe antes mesmo de ser pensada por uma mente, é o modelo único e perfeito de tudo em que no mundo é múltiplo e imperfeito. Para ele o conhecimento não nasce nas experiências sensíveis; Platão explica através da sua teoria do inatismo que a alma conhece as coisas quando recupera a lembrança adormecida, diz que o conhecimento é uma recordação, nós adquirimos conhecimento antes de nascer, mas o perdemos com o nascimento. Ele afirma que o vinculo com o corpo nos impede de buscar a verdade; os instintos, emoções, doenças constituem obstáculos à realidade. Para Platão não há outra causa das coisas serem o que são que não seja participando da essência própria de cada realidade.

Referência Bibliográfica
PLATÃO. Fédon. São Paulo: Martin Claret Ltda, 2007.
REALE, G; ANTISERI, D. História da Filosofia, vol. I. Paulus, São Paulo, 1990.

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